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Com quantas redes sociais se faz uma insônia?
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Tiago Belotte está de volta e traz, em sua coluna deste mês, um assunto que tem deixado muita gente sem pregar o olho. Duas a cada três pessoas no Brasil tem problemas para dormir. Será que você é uma delas? A explicação pode estar no uso das redes sociais.

Eu sempre me vangloriei de dormir bem e a noite inteira. Nunca havia tido problemas para pegar no sono. Era do tipo de pessoa que dorme rápido e só acorda pela manhã. Entretanto, isso mudou um pouco depois que minha filha nasceu. Nos seus primeiros meses de vida, vi meu corpo se adaptar e acordar com o barulho de uma agulha caindo no chão, enquanto antes, poderia ter um meteoro colidindo com a Terra, que eu não despertaria. Passados cinco anos, ela acorda mais esporadicamente durante a noite e eu, para minha tristeza, acordo cada vez mais.

Quando achei que iria voltar a minha velha forma de melhor amigo do colchão, acabei fazendo amizade com a insônia.

Já foram diversos episódios em que acordo durante a noite e não consigo voltar a dormir. No início, me desesperava e ficava apenas olhando de tempos em tempos para o relógio, calculando e recalculando as horas de sono que estava perdendo. Um ótimo caminho para quem quiser continuar acordado.

Comecei, então, a buscar alternativas. A primeira foi meditar antes de dormir. E me ajudou muito. Não só a relaxar, mas a compreender que a minha insônia estava sendo causada por uma aceleração mental.

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Conexão máxima

Eu passo o dia todo conectado, produzindo, me comunicando e tomando decisões sobre diversos assuntos com a ajuda da tecnologia. E durante a noite, pós-trabalho, ao invés de desacelerar, continuo em ritmo acelerado. O corpo dorme por cansaço, mas a cabeça, parece continuar girando a mil por hora. E aí, se por qualquer motivo desperto na madrugada, a cabeça entra nessa rotação habitual e me impede de dormir de novo.

Um problema que definitivamente não é só meu. Duas a cada três pessoas no Brasil tem problemas de qualidade de sono, segundo estudo da Associação Brasileira do Sono. É um número crescente de pessoas que dormem pouco ou dormem mal.

Tem cada vez mais gente que ou descansa poucas horas por dia ou tem um sono ruim – que não cumpre o objetivo de nos ajudar a restaurar as energias para o próximo dia.

A pesquisa que acabo de citar, me fez atentar para um fator importante e que podemos estar negligenciando: o excesso no uso de aparelhos eletrônicos. Cerca de 64% das pessoas fazem uso de aparelhos eletrônicos antes de dormir. O que pode ter uma relação direta com o fato delas dormirem pouco ou dormirem mal.

Outro estudo, dessa vez de pesquisadores da Virginia Commonwealth University, apontou que existe uma ligação direta entre uso de mídias sociais e distúrbios do sono. E me lembro de ter visto uma pesquisadora do Facebook, anos atrás, dizer que estudos da empresa indicam que o uso de smartphone nos fez ter um pensamento cada vez mais acelerado.

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Como escapar do problema?

Estou aqui juntando as pontas. Foi por isso que meditar foi bom, mas não foi o suficiente. Uso muito smartphone antes de dormir e, como consequência, permaneço com o pensamento acelerado e me exponho mais à luz azul, que é inibidora do sono.

Assim, por mais que busque recursos para dormir melhor, se não for à raiz dos meus problemas, não há meditação que dê conta.

Continuo buscando alternativas, inclusive de formulações naturais, para me ajudar a dormir melhor, mas resolvi tentar seguir o conselho dos pesquisadores: me afastar das redes sociais um pouco antes de dormir e não mexer no smartphone na cama, em hipótese alguma. Quero poder voltar a dizer que só acordo com um meteoro caindo no planeta, ou nem com isso.

E você, caro leitor? Como lida com esses momentos de insônia?

Compartilhe nos comentários as táticas que usa para melhorar a qualidade da sua noite. Pode ser a dica que faltava para algum insone mudar de vida.

Leia todos os textos da coluna de Tiago Belotte em Vida Simples.


TIAGO BELOTTE é fundador da CoolHow – laboratório criativo e digital que reúne talentos de alta performance em torno de desafios para criar, de forma ágil, soluções e experiências de aprendizagem que respondam às transformações dos negócios, da sociedade e do planeta. É também professor de análise de tendências e comportamento digital da PUCPR e da PUC Minas. Seu Instagram é @tiago_belotte.

*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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