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Amazônia: novos sabores em um novo destino
Arquivo pessoal / André Mafra
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Quem não gosta de desfrutar de novos sabores em um destino espetacular, não é mesmo? Pois é… A Amazônia me fisgou! Após quatro décadas e um punhado de anos, finalmente fiz as malas para um dos destinos mais famosos do mundo. Nas nossas próximas colunas, quero que você acompanhe comigo como foi essa jornada.

Viajar de coração aberto

Ir para a Amazônia nos faz perceber que vivemos em um país de extensão continental, com uma diversidade gigantesca de culturas, de uma beleza estonteante e um oceano de desigualdades e desafios. Ver isso de perto acaba sendo essencial para entender o nosso Brasil, edificado por um povo que tanto “apanha”, mas como se diz “enverga, mas não quebra”.

Minha jornada foi de São Paulo até Belém, em um voo de aproximadamente 3 horas de duração. Após uma noite de sono na capital do Estado do Pará, saímos logo cedo para a cidade Mocajuba, distante 250 quilômetros aproximadamente. Depois, partimos de barco até a Vila de Mangabeira, um pequeno vilarejo ribeirinho e quilombola que fica às margens do baixo rio Tocantins (no coração da Amazônia paraense).

Naqueles dias que se passaram, tive o privilégio de — para além de desfrutar dos sabores de um destino conhecido internacionalmente —, aprender com os verdadeiros protagonistas de um turismo de base comunitária que são os habitantes daquela terra e não os turistas viajantes, como destaca Jane Glebia, fundadora do Instituto Laurinda Amazônia.

Pelos olhos de quem vive

Em contato com a comunidade ribeirinha, fomos apresentados ao esforçado e belíssimo trabalho de pessoas que vão ficar para sempre no meu coração. Desde a casa do Senhor Jair, onde junto de sua família entendemos a colheita do açaí — tanto o roxo como a variedade branca, pouco conhecida (na imagem) — e o manuseio da competente Dona Joana Laura, que nos ensinou como extrair o ouro paraense.

Créditos: André Mafra / Arquivo Pessoal

Também vai ficar gravada a sua degustação com farinha de tapioca, sem as típicas adições de açúcar, guaraná, granola, mel, leite em pó ou os mais diversos complementos proteicos que são feitos nas regiões Sul e Sudeste. Após o aprendizado com o açaí, pude me regozijar com as delícias do almoço, no qual comemos um rondeli de abobrinha com recheio de pupunha (não o palmito, mas o fruto, divino!).

Ciclo do cacau

No dia seguinte, tive o prazer de conhecer o ciclo de cacau, momento em que Jane Glebia e a cacauicultora Maricilda Rodrigues nos apresentaram todas as etapas. O processo se inicia pela quebra e daí passa para a fermentação, secagem, torrefação, descascamento, trituração, refinamento, moldagem e, finalmente, a embalagem do produto.

Como a ilha onde Dona Maricilda colheu os frutos estava inundada no período do inverno Amazônico, ela não pode nos levar lá — como é habitualmente feito— , mas, ao invés disso, nos apresentou uma refrescante experiência no rio, onde parcialmente submersos pudemos ouvir nossa Mestra cacauicultora aclarar sobre as etapas que vão da amêndoa ao chocolate embalado.

A vivência foi um espetáculo de dedicação e de esforço, que me fez perceber que essas cadeias de produção precisam encurtar e que o prazer que nos chega à boca com um pedaço de um delicioso chocolate só vale a pena se ela for sustentável para todos.

Créditos: André Mafra / Arquivo Pessoal

Conhecer nosso país

A experiência direta feita do ribeirinho para o turista é bela, mas também bastante transformadora, um processo que nos coloca em xeque com nossas próprias escolhas alimentares e de consumo. O fato é que precisamos aprender a ressignificar quem somos, o que comemos e que espaço que ocupamos neste mundo.

Bora! Venha viajar comigo em busca de novos sabores, em deslumbrantes destinos conhecendo e o mais importante com pessoas que nos inspiram.

Nos vemos na próxima quinzena, com mais conteúdo sobre a viagem!

LEIA TAMBÉM: Todos os artigos de André Mafra em Vida Simples.

*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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