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Alimentação influencia a produtividade e a mudança de hábitos
A inflamação faz o corpo perder a energia para lidar com as tarefas do cotidiano. | Unsplash
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Falta de disciplina e de propósito, doença, medo, procrastinação, dificuldade para dormir… São inúmeros os obstáculos que impedem as pessoas de mudar hábitos e de transformar suas vidas. E é interessante observar como cada pessoa acha que o seu obstáculo ou a sua doença é a pior de todas.

Quem é profissional de saúde, algum dia acaba se deparando com pacientes que afirmam uma versão ou outra da seguinte frase: “se eu tivesse enxaqueca crônica não seria tão ruim, o problema é que eu tenho lúpus”. Ou então: “se eu tivesse lúpus até que estava tranquilo, o duro é ter disbiose, como eu tenho”. E por aí vai.

Parece que se comparar com os outros é um impulso natural do ser humano. Acontece que não há muita serventia em ficar se comparando ou discutindo qual é a pior doença ou o obstáculo mais difícil. Por outro lado, pode ser bastante útil entender como um obstáculo é criado e como podemos superá-lo.

E é exatamente sobre isso que vamos falar no artigo de hoje.

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Desinflame

Eu já mencionei em outros artigos dessa coluna que cerca de 80% dos pacientes que eu atendo têm problemas de digestão.

Isso acontece especialmente porque as pessoas se alimentam de forma equivocada tanto quantitativamente (comem demais e com muita frequência) quanto qualitativamente (consomem muitos produtos processados e ultraprocessados, por exemplo).

Uma das consequências desses maus hábitos é um corpo todo inflamado. Lembra das “ites”? Rinite, sinusite, gastrite, colite, dermatite etc? Pois é, todas elas remetem a processos inflamatórios.

Mas o que isso tem a ver com a superação de obstáculos que podem lhe impedir de avançar?

Bem, em primeiro lugar, as doenças inflamatórias são extremamente comuns na nossa sociedade hoje. Portanto, não é novidade que elas estejam entre os principais obstáculos que impedem as pessoas de ter uma vida mais feliz e mais plena.

Se você tem um sistema inflamado, seu corpo acaba usando boa parte de toda a energia que possui só para ficar lidando com essa inflamação. Com isso, é óbvio que vai faltar energia para o resto das atividades.

É como um barco com vários furos no casco. A pessoa tem que ficar o tempo todo jogando água pra fora, só para não afundar, e com isso não sobra tempo para ela velejar e curtir.

Sei que os tipos de obstáculos que podem limitar a vida das pessoas são praticamente infinitos e vão muito além de questões alimentares.

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Eu mesmo comecei citando alguns que são bastante comuns, como a falta de disciplina e a falta de propósito, por exemplo. Portanto, seria muito reducionista ou até descabido da minha parte se eu explorasse essa questão tão ampla e complexa apenas pelo viés da alimentação.

Ainda assim, há um ponto nessa relação entre alimentação e inflamação que é muito bom para ilustrar três princípios fundamentais que dizem respeito ao bem-estar humano.

Uma vez compreendida a lógica, você pode aplicá-la para resolver qualquer obstáculo, seja da natureza que for. Explico.

O bom, o ruim e o neutro

Via de regra, tudo o que ingerimos pode ou promover a inflamação (efeito pró-inflamatório), ou a desinflamação (efeito anti-inflamatório) ou nem uma coisa, nem outra (efeito neutro).

Adivinhe quais tipos de alimentos eu recomendo para uma paciente que chega para mim toda inflamada? Se você pensou em neutro e anti-inflamatório, você errou.

Essa paciente só deveria ingerir alimentos anti-inflamatórios. É claro! Nesse caso, toda a vez que a pessoa coloca algo neutro na boca, que não ajuda, ela deixou de ingerir um alimento anti-inflamatório e, esse sim, poderia ajudar. Esse princípio serve para lidar com problemas de qualquer natureza.

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Existem ações ou substâncias que ajudam você a melhorar; existem ações ou substâncias que atrapalham e pioram o seu problema; e existem ações ou substâncias que são neutras, ou seja, não ajudam e nem atrapalham.

Se você tem um obstáculo na sua vida, seja ele qual for — a procrastinação, a falta de dinheiro ou uma doença, por exemplo — uma postura neutra não a ajuda.

É certo que ela não piora o problema, mas também não resolve. E toda vez que você faz algo ou toma um caminho que não está ajudando, na verdade ele está atrapalhando.

Quando você está querendo subir uma montanha, obviamente que ficar parada não a leva ao pico. Se você dá um passo atrás então, é preciso depois dar dois passos à frente para poder avançar de fato.

O passo atrás pode ser o alimento pró-inflamatório que você comeu, ou ir para cama tarde quando você está com insônia, ou ainda, comprar um produto que você não precisa quando já está endividada.

Vença o medo de mudar

Se você quer estar num lugar de mais saúde, mais disposição, mais felicidade, ser mais amada, mais grata, então você precisa se mexer em direção a isso.

Pode parecer muito óbvio e até é, na verdade. O que talvez não seja óbvio é o medo de mudar. E esse é um ponto-chave.

Muitas pessoas acabam preferindo o lugar ruim que já conhecem, a famosa zona de conforto, ao invés de um lugar desconhecido. O medo do novo faz com que muitas vezes as pessoas acabem se conformando com o problema ou obstáculo.

“Por que eu vou sair de um relacionamento abusivo se o meu companheiro nem me faz tão mal assim?” ou “por que eu vou abrir mão da minha carreira que eu odeio, com o meu chefe que eu odeio, se de repente eu posso cair num emprego ainda pior ou mesmo ficar desempregada?”

Percebe como esse tipo de raciocínio está pautado pelo medo? É exatamente essa postura que leva as pessoas a perderem a oportunidade de descobrir um lugar melhor.

A zona de conforto ruim aprisiona você, porque lhe impede de avançar para um lugar melhor, apenas porque você ainda não experimentou essa situação.

Portanto, uma pergunta fundamental para refletir sobre como superar os obstáculos que lhe impedem de avançar é: será que você mesma não está nutrindo os seus próprios obstáculos de alguma maneira? Se sim, como você os alimenta?

Faça uma lista com as ações que identificar. Comece pelas mais fáceis e óbvias, mas não pare por aí, reflita e continue listando. Você pode se surpreender com o tanto que você mesma tem contribuído para consolidar os seus próprios obstáculos.

Uma vez identificadas as ações, comece aos poucos a desconstruí-las e persista nesse caminho. Mas saiba que um passo à frente nem sempre é uma vitória.

Se você vem de uma caminhada com vários passos para trás, um único passo à frente pode ser pouco para a conquista do objetivo. Mas já é um início em direção àquilo que você deseja.

Espero que essas ideias possam lhe ajudar a superar seus obstáculos, seja se livrando de um corpo inflamado ou de uma dívida financeira que a impede de prosperar.

Um grande abraço e lembre-se sempre: SAÚDE É LIBERDADE!

*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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