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A vida é hoje – parte II
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De uma sala sem janelas, onde o dia se confunde com a noite e aparelhos monitoram pessoas enfermas, escrevo essas palavras. Hoje peço licença a você, querido leitor, para falar de amor.

Na tórrida manhã em que a você escrevo, com a população atenta às regras de suspensão temporária de beijos, apertos de mão e abraços apertados, fica a dúvida: seremos privados da possibilidade de externar o amor? Penso que não. Aliás, eu realmente acredito que o amor nos habita sob variadas formas.

Enquanto um crochê despretensioso desliza por minhas mãos e me acompanha nessa semana numa jornada de insegurança e gratidão pela vida, entendo melhor que diante da vulnerabilidade a gente intensifica pensamentos sobre carinho, amor e assemelhados. Mas por que será resistimos em expressá-los publicamente? Será receio de parecermos sentimentais em excesso ou a velha e autopunitiva maneira de pensar “o que o outro achará de mim”?

Na última coluna, abordei a maneira como algumas pessoas encaram suas prioridades, e prometi exercitar mais pensamentos genuínos peregrinos no meu cotidiano. Isso, é claro, sem boicotar desejos, vontades ou esperar o momento ideal para realizá-los.

Poucos dias depois, mas ainda nessa sala sem janelas, me vi entre sentimentos ambíguos: ser forte versus sentir medo. E me questionei o por quê deixo palavras para serem ditas no momento exato. No impasse e tentativa (não inteligente) de decidir entre um ou outro, entendi que esse autocontrole é em vão, e que ambas sensações podem andar lado a lado. Daqui comprovei que palavras e gestos sinceros transformam os dias, as pessoas que nos cercam e a nós mesmos.

Valor ao que não tem preço

A gente se afoga na rotina. Anda por aí em busca de pontualidade com nossos próprios atrasos. Caminha pela rua sem sequer levantar a cabeça, imersos na urgência de um cotidiano digital, onde tudo “é pra ontem”. É como se alguém ousar não responder uma mensagem em 3 minutos, o mundo correrá sérios riscos de explodir. Pare esse trem porque eu quero descer na primeira estação, onde haja sorrisos e olhares reais, onde as pessoas se permitam frações de segundos para desejar um bom dia, boa tarde, boa noite. Com ou sem apertos de mão, seja com um olhar, seja com um sorriso, entendi a importância de externar o que de mais verdadeiro mora em mim, inclusive assumir que tenho medos.

Nessa sala sem janelas, onde as horas custam a passar e o crochê segue deslizando nas minhas mãos, entendi que não importa o ritmo, e sim a intensidade. Que é preciso substituir futilidades pelo que vale a pena nossa energia, que o momento exato para dizer ou fazer algo importante nunca chegará, porque a vida é hoje! Tudo muda rapidamente e a galera, na qual me incluo, se leva excessivamente a sério.

Nessa semana, diretamente da sala sem janelas, entre entendimentos e pensamentos, descobri a importância do valor ao que não tem preço, e prometi rir mais de mim mesma. E, num “copia e cola”, encerro exatamente como a última coluna: TÁ VALENDO!

Promete pensar a respeito? Beijos meus!

*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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