Você escova sua mente?
O maior inimigo da saúde mental ainda é o preconceito. Cuidados com a mente não são frescura. Estamos vivendo uma epidemia de depressão, ansiedade e burnout

Você escova os dentes quando está triste? E depois de um dia cansativo, escova os dentes mesmo sem vontade? Somos uma geração que dá risada dessas perguntas porque já recebemos muitas orientações sobre higiene bucal. Porém, cerca de 300 anos atrás, uma escova de dentes era usada por todos os membros da mesma família e falar de saúde bucal era frescura. Felizmente, com muita educação sobre o tema, repetição e repetição, você entendeu que precisa fazer sua parte todos os dias e, ainda assim, ir ao dentista. Pelo menos, é o que se espera.
Atualmente, a saúde mental passa pelo mesmo perrengue que a saúde bucal enfrentou séculos atrás. O assunto é frescura, fazer terapia é frescura, o ranking de afastamentos – problemas relacionados à saúde mental, que só perdem para problemas osteomusculares – só cresce, mesmo assim, é frescura. E, de resistência em resistência, vamos vivendo o pior momento da saúde mental que se tem história, com epidemias de depressão, ansiedade patológica e síndrome de burnout.
Mas, se tudo isso ainda é frescura, um AVC ou um infarto são dignos de diagnósticos sem piadas ou desconfianças. Curioso é saber que, mesmo com tantos avanços tecnológicos, o maior inimigo da saúde mental ainda é o preconceito.
O preconceito em relação à saúde mental isola e fragiliza as pessoas
O termo “psicofobia” descreve o preconceito em torno dos assuntos relacionados à saúde mental. Na prática, o estigma criminaliza quem adoece, impede ou retarda o tratamento adequado e pode até levar ao suicídio de uma pessoa que está vivendo uma dor que não sangra, que ninguém está vendo ou validando, mas que pode ser dilacerante.
Em 2025, posso te garantir que uma pessoa adoece por uma combinação de fatores e a cura, quando há, também precisa de ajuda multidisciplinar. Assim como aprendemos a escovar os dentes diariamente para prevenir problemas bucais, precisamos adotar práticas diárias que promovem a saúde mental, tais como:
- Dormir o necessário todas as noites;
- Manter conexões sociais saudáveis;
- Praticar atividades físicas;
- Cultivar momentos de lazer e relaxamento;
- Buscar apoio profissional quando necessário.
A autorresponsabilidade é fundamental nesse processo. Reconhecer seus limites, identificar os sinais de alerta e tomar medidas proativas para cuidar da mente são atitudes essenciais de quem se respeita. Precisa ser um compromisso diário, assim como a higiene bucal.
Nada disso é frescura, é uma necessidade. Afinal, saúde mental é a capacidade para lidar com os imprevistos e altos e baixos da vida. Todos os dias.
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