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O que eu fiz para mudar meu dia
(Foto: No Revisions/Unsplash) Retomar o estado de presença, acalmar a mente e trazer centramento para o corpo não é, ou não deveria ser, privilégio de ninguém, mas prática cotidiana
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Decidi que ia começar mais um dia de trabalho de um jeito diferente. Antes de abrir o computador e já checar minhas mensagens, dei espaço a um pequeno ritual. Escolhi uma vela que há tempos (anos, na verdade) eu guardava esperando um momento especial para acender, e peguei meu vidrinho de óleo essencial de lavanda. 

Risquei o fósforo, acendi o pavio. Uma chama luminosa começou a queimar cera e parafina. Uma imagem de conforto.

Sob a palma das mãos, pinguei três gotinhas do óleo essencial. Uma, espalhei no centro do peito, a segunda, sobre a garganta. Depois, fiz uma conchinha com as mãos e inalei ali dentro. Três respirações. 

Tomei alguns segundos para colocar uma intenção para o dia. E só então comecei a trabalhar.

Isso tudo não durou mais do que três minutos. Mas transformou a maneira como eu levaria as próximas horas do dia. Talvez você se sinta como eu: o sol mal ilumina a terra e as demandas já nos alcançam. E, rapidamente, sou arrastada pela maré das tarefas do dia – e pela minha mente ansiosa que quer dar conta de tudo. Só que não precisa ser assim. 

Digo isso porque levei muito tempo para aprender – sobretudo, incorporar – práticas mais saudáveis no meu dia a dia. Antes, eu dizia que não tinha tempo (3 minutos, lembra, 3 minutos…), ou esquecia ou, mais ainda, achava que não poderia me render a esses privilégios. Eu preferia acelerar. Costumo dizer que tem coisas que a gente sabe, mas não sente que é realmente importante. E, porque não sente, a transformação não acontece. Foi com a Dra Cristiane Marino que eu aprendi a importância e a eficácia de práticas simples para o nosso dia a dia. O cuidado amoroso com a existência, como ela diz, perpassa ações muito simples, como essas que inauguram a newsletter de hoje, porém, muito eficazes para realmente cuidar da nossa saúde física e mental. E uma vida bem vivida é, sem dúvidas, um acumulado diário de pequenas escolhas.

Por isso, retomar o estado de presença, acalmar a mente e trazer centramento para o corpo não é, ou não deveria ser, privilégio de ninguém, mas prática cotidiana se a gente quiser viver bem. Será que o mundo não pode mesmo esperar? Três minutos? A gente se sente sem tempo para nada, mas quando vê, gastou horas preciosas rolando o feed das redes sociais ou enrolando pra se levantar da cama.

Ao longo dos anos, eu realmente desacelerei. Entendi que menos, muitas vezes, é mais. Qualidade conta mais do que quantidade. Minutos para intencionar o dia fazem enorme diferença. Beber mais água, não se apertar sem ir ao banheiro e se permitir um descanso breve entre uma atividade e outra é dizer: a minha vida importa. Meu corpo importa. Meu estado de espírito importa.

Semana passada falei aqui que a gente cresce e não tem mais pai e mãe pra dizer o que pode ou não fazer. Da mesma forma, não espere que os outros te digam que você precisa e pode se cuidar, que do contrário, rapidamente pode ver a saúde declinar. Porque a conta sempre chega. 

Recomendo um livro de que gosto muito, da nossa querida colunista Ana Claudia Quintana Arantes, Pra vida toda valer a pena – Pequeno manual para envelhecer com alegria. Nele, ela conta como estamos construindo, hoje, nas escolhas de agora, a boa velhice de amanhã. Se cuidar é como fazer uma poupança. Não para chegar lá na frente rico de saúde, mas para ter reserva para os imprevistos e doenças. Quem se cuidou a vida toda tende a enfrentar melhor uma enfermidade. E, assim, entendi que todos os dias podemos aumentar essa reserva. Não precisa de muito. Poucos minutos fazem a diferença. 

Hoje, coleciono uma série de pequenas práticas que resgatam essa vitalidade – posso compartilhar por aqui, se você quiser. Em essência, todas implicam em pausar,  escutar o corpo, não se deixar levar por tantas vozes que querem ditar o que você precisa fazer. 

É assim, dia a dia e pouco a pouco, que a gente leva a vida, que caminha pelos anos e se permite se cuidar com amor. 

Desejo que, no domingo que vem, minhas palavras te encontrem com um chá quentinho nas mãos ou uma velinha acesa. Que tal experimentar?


Conteúdo publicado originalmente na newsletter da Vida Simples. Cadastre-se para receber semanalmente em seu email a newsletter Simplesmente Vida, com cartas exclusivas de Débora Zanelato, diretora de conteúdo de Vida Simples.

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