Honre suas escolhas
Débora Zanelato relembra o parto do seu filho, que nasceu em casa. Uma escolha que ela bancou perante o julgamento dos outros
“Você sempre vai ser esquisita. Todas as vezes que escolher algo diferente do que as pessoas estão acostumadas, você vai ser esquisita…”, me disse, de forma bem-humorada, a obstetriz, durante a consulta de pré-natal.
Ali, depois de muito estudar sobre parto e os benefícios de cada opção, decidíamos por ter nosso filho em casa… Mas eu sabia que esse assunto era espinhoso demais para uma sociedade que banalizou a cesárea e demonizou o parto normal.
Não importa o quão embasada eu estava, além de acompanhada por uma experiente equipe de assistência ao parto: sempre teria alguém para me olhar torto e encerrar o assunto dizendo: “Ah, mas é perigoso”. Por isso, entendi que precisaria me preservar durante a gestação, dividindo o tema com pouquíssimas pessoas. E, sobretudo, bancando a minha escolha, independente do olhar alheio.
Bancar escolhas nos torna mais fortes
Pois assim foi. Há sete anos, numa segunda-feira cinzenta de junho e depois de oito horas de trabalho de parto, aquele bebê cabeludo saiu de sua primeira casa – e iluminou o nosso apartamento. Quando o Ben nasceu, eu também renasci, ainda mais potente em minhas decisões depois daquela travessia cheia de aprendizados.
Depois daquele dia, eu entendi que bancar nossas escolhas é algo muito poderoso porque requer ouvir a nossa voz mais profunda. Demanda enfrentar, por vezes, o que os outros vão pensar. E nos convida a confiar no que nos é desconhecido.
Neste mês, esse é o nosso chamado para uma vida com mais sentido. Honre seus desejos, tome-os como seus. Prepare-se da melhor maneira e confie no que está por vir. Escute o que o outro tem a dizer, mas filtre a partir do que fizer sentido para você. E esteja pronto para ser esquisito.
É assim que, apesar de qualquer resultado, a gente alcança a paz. É assim, a cada pequena ou grande escolha, que a gente toma a vida nas próprias mãos e escreve as páginas da nossa história.
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