DNA da alma
Quando nos conectamos à nossa essência, passamos a expressar a potência que carregamos dentro de nós - com pouco esforço e grande fluidez

Durante muito tempo, eu me senti fora do lugar. Não era tristeza – era um estranhamento, uma sensação de que eu estava vivendo sem mim. Eu me adaptava, me encaixava, mas, ainda assim, o incômodo persistia. Para ser sincera, eu achava que precisava ser o que esperavam de mim. E, assim, fui me moldando, camuflando o que doía, suavizando o que era intenso, diminuindo o que brilhava.
Um dia, contudo, algo dentro de mim cansou. Cansaço de alma, sabe? Cansei de fingir, de me esconder, de tentar ser o que eu não era. Não fazia mais sentido seguir dessa forma, negando meu ser.
Foi aí que comecei a entender que minha verdade não era um risco, uma ameaça – era o meu caminho. Percebi que na minha essência está a minha potência. E que a verdade é magnética, é quântica. Por isso, ela atrai tudo o que eu preciso. Dali por diante, tomei por norte a tríade: caminho, verdade, vida.
Nossa essência é natural e imutável
Não é à toa que a Bíblia diz: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”; e o filósofo alemão Nietzsche completa: “Torna-te quem tu és”. A essência, para mim, é o DNA da alma. Aquilo que é imutável, natural. E que, portanto, exige pouco esforço, embora traga grandes resultados.
Quando estamos alinhados com a nossa verdade, temos a percepção prática do que significa fluir com a existência. É real!
Você já parou para pensar que a semente não precisa de instrução para ser árvore? Ela necessita, sim, de condições apropriadas para expressar o que carrega. Assim também somos nós, seres humanos. Não precisamos de instrução para sermos nós mesmos, mas, certamente, precisamos de condições.
E que condições são essas? Autoconhecimento; espiritualidade; nos cercar de pessoas que nos edificam; consumir bons conteúdos – confiáveis e reflexivos; criar ambientes onde a alma possa respirar.
Podemos criar as melhores condições para florescer
Assim como a laranjeira não precisa fazer força para dar laranja, e o sol não se esgota para iluminar e aquecer, eu também não preciso me forçar para ser quem sou. Mas, feito a natureza, careço de estímulos adequados para o florescimento interior.
A semente carrega a árvore, mas sem luz, sem solo, sem água, ela não brota. E eu percebi que, como adulta, também preciso me dar condições. Não espero mais que a vida faça isso por mim – eu crio, todos os dias, as possibilidades para expressar o que carrego. Não espero mais ser forte para ser verdadeira. É sendo verdadeira que me faço forte. E, então, tudo mudou.
A vida te pede coragem para zelar pela sua semente e garantir que ela frutifique. O mundo não precisa de quem a gente finge ser. O mundo precisa de quem a gente é.
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