Atos de gentileza não custam nada, mas têm grande valor
Nos mais simples gestos mora a poderosa possibilidade de gerar uma onda de impacto positivo começando por quem cruza o seu caminho hoje
Não sei bem como começou.
Talvez tenha sido o fato de eu ser nômade e estar cada hora morando num lugar diferente, fora da minha zona de conforto e longe de pessoas conhecidas.
Ou talvez tenha sido uma consequência de anos trabalhando como produtora, onde o dia a dia inclui inúmeras conversas com desconhecidos dos mais diversos universos.
Só sei que faz anos que pensar em pequenos atos de gentileza que possam surpreender ou fazer alguém sorrir se tornou uma constante na minha vida.
A gentileza conecta tudo
Gosto de pensar que karma (ou carma) existe. Por acreditar nesta espécie de lei universal de causa e efeito, tatuei a palavra em sânscrito na minha mão, me relembrando de ser uma pessoa que pratica ações positivas sem esperar nada em troca.
Mesmo não sabendo exatamente o real impacto que uma ação despretenciosa tenha no dia de alguém, gosto de pensar que uma gentileza, por mais singela que seja, pode sim ter um efeito contagiante.
Pequeno detalhe que faz toda a diferença
Meu nome não é dos mais fáceis de ser lembrado e, ao longo da vida, me acostumei a ter meu nome trocado ou ser totalmente esquecido.
Se tem algo que me faz valorizar alguém quando a conheço é perceber que a pessoa se deu o trabalho de prestar atenção em como me chamo.
E, ao perceber que isso é um detalhe que faz toda a diferença pra mim, me esforço sempre pra lembrar o nome das pessoas que converso.
Seja o porteiro do prédio, uma vizinha que conheci no elevador, a garçonete do restaurante ou o senhor que encontro a cada seis meses quando saio pra correr pelas ruas de São Paulo.
Perguntar o nome de alguém antes de sair fazendo pedidos, perguntas ou delegando funções passou a ser a primeira coisa que eu faço quando inicio uma conversa com uma nova pessoa.
E se percebo que vou ter dificuldade pra lembrar como ela se chama na próxima vez que a encontrar, anoto no celular – assim posso voltar pra consultar, caso a memória falhe.
Elogios sinceros são bem vindos
Não sei você, mas eu gosto de receber elogios. Antes, morria de vergonha e desconversava.
Com o tempo, fui aprendendo a recebê-los. Além de agradecer à pessoa que teve a gentileza de dedicar um tempinho da sua vida pra notar algo que eu fiz ou alguma característica minha que chamou sua atenção positivamente.
Muitas vezes um elogio é tudo o que a gente precisa e nem imagina.
Valorizar no outro qualidades que te cativam é um ato de reconhecimento que tem o poder de despertar (ou relembrar) seu valor.
Da mesma forma que gosto de receber, passei a verbalizar elogios que passam pela minha cabeça quando sinto que eles realmente são genuínos.
Se vou a um restaurante e meu prato está gostoso, por que não ir atrás do chef pra dizer o quanto seu trabalho fez meu almoço especial? Se ouço uma música que me emociona, por que não escrever pro artista enaltecendo seu trabalho?
Um pequeno elogio sincero pode ser, inclusive, uma forma simples mas efetiva de iniciar conversas e criar novas conexões.
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Sorriso é uma chave que abre portas
Ano passado escrevi um texto inteiro sobre o dia que minha vida mudou por causa de um sorriso que ganhei de um desconhecido.
Por causa daquele breve instante anos atrás, faça chuva ou faça sol, passei a me esforçar pra oferecer sorrisos pra que cruza meu caminho. Mesmo em dias em que meu mundo está colapsando dentro de mim.
Se eu estou triste, de TPM, frustrada ou simplesmente emburrada, ninguém tem obrigação de saber. Ou de lidar com meu mau humor.
Ser grossa com alguém que nada tem a ver com meus problemas só tende a gerar uma epidemia de comportamentos no mesmo tom. E quem ganha com isso? Absolutamente ninguém.
Então por que distribuir patadas e grosserias a desconhecidos se podemos abrir o rosto num sorriso, transformando uma bad vibe em boas energias?
Gentileza não custa nada
No fim das contas, temos a possibilidade diária de gerar ondas de impactos positivos onde quer que a gente vá. Portanto, é preciso apenas ter atenção ao mundo ao nosso redor.
Olhar as pessoas nos olhos, as notando. Oferecer palavras que as valorizem. Se interessar por elas, chamando-as pelo nome. Distribuir sorrisos a conhecidos e desconhecidos. E quem sabe, ir um pouco além, demonstrando alguma forma sutil de carinho?
Eu, por exemplo, adoro deixar bilhetinhos de bom dia pro Leo, meu marido. Hoje, a vizinha me escreveu avisando que estava indo ao mercado e perguntando se eu precisava de algo de lá.
Não é preciso investimento, nem gastos, pelo contrário, somente segundos do seu tempo.
Além disso, uma pitada de karma positivo – acreditando ou não nele – com certeza não vai fazer mal a ninguém, né?
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Diana Boccara compartilha mais sobre viver com menos em seu livro “Mínimo Essencial“. Há quase uma década vive na estrada com seu par de malas. Acompanhada pelo seu marido Leo Longo, com quem divide seus dias e o trabalho no duo Couple of Things. Filmmaker e minimalista, vive pelo mundo filmando séries como “What If Collab” (disponível no Amazon Prime Video), ABITAH e “A Volta Ao Mundo em 80 Videoclipes” (ambas disponíveis na Globoplay). Suas histórias já foram contadas nos palcos do TEDx e SXSW. No instagram, o casal divide um pouco mais dos bastidores de uma vida itinerante. E aqui na Vida Simples, eles compartilham aprendizados que uma vida com menos excesso lhes trouxe.
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